sexta-feira, 28 de abril de 2017

A Invenção da Gravura


A gravura é uma técnica artística, cujo processo de incisão (riscar, gravar) sobre um material forma a matriz de um desenho, e da qual é possível imprimir várias cópias. Se trata de um dos mais antigos métodos de impressão artesanal.



A técnica mais antiga de gravura é a xilogravura. Quanto a sua origem, diversos autores consideram que o método de impressão pode ter se originado na China como um sistema para impressão de seus tecidos.


Dragão chinês impresso em tecido


A xilogravura em papel mais antiga conhecida é um exemplar de uma oração budista "Sutra Diamante", editada por Wang Cheh, na China, por volta do ano de 868.


Sutra Diamante


A palavra xilogravura etimologicamente pode ser definida pela junção de duas palavras gregas “xilo” que pode ser traduzido como madeira e “grafó” que significa gravar ou escrever, ou seja, gravar ou escrever sobre uma madeira. 


Xilogravura de Katsushika Hokusai


A técnica alcançou o resto da Ásia e a Europa através dos Impérios Bizantino e Islâmico. O papel chegou à Europa um pouco depois, também vindo da China através da Espanha Islâmica e já era fabricado na Itália. 


Obra de Michael Wolgemut


No século XV, com a popularização do papel, a qualidade decaiu. A maioria das obras até então eram religiosas, geralmente vendidas por mosteiros ou instituições religiosas. Nenhum artista em particular era identificado até o final do mesmo século. A xilogravura tornou-se popular no século XV e estava disponível nas cidades em grandes quantidades, pois a técnica de elaboração era fácil. O exemplo mais antigo de xilogravura na Itália é a Madonna do Fogo (Madonna del Fuoco), que está hoje na catedral de Forli. 


Madonna del Fuoco


Nessa época, os centros mais importantes de produção eram a Itália, a Alemanha, a França e a Holanda - a Inglaterra não produziu nenhuma obra até 1480. No fim do século XV, a xilogravura começou a ser usada em ilustrações para livros (iluminuras) e para cartas de baralhos. Também surgiram outras formas de gravura como: em metal, na pedra, na cerâmica, dentre outros materiais.


Gravura em metal de Dürer: A Morte, o Cavaleiro e o Diabo.


Dentro da tradição ocidental, muitos artistas da Gravura europeus passam a considerados verdadeiros mestres nos séculos XV a XVIII (até 1830). Entre as principais técnicas utilizadas nesse período estavam a xilogravura, a gravura em metal e água-forte. Passaram a ser raras as gravuras feitas em papel. Os artistas gravadores mais famosos foram: Albrecht Dürer, Rembrandt e Francisco Goya. A fama internacional deles, na época em que viveram, veio principalmente de suas gravuras, que eram mais populares que suas pinturas. Hoje em dia acontece o oposto: museus e galerias popularizaram suas pinturas enquanto que as gravuras, por razões de conservação, são raramente exibidas.


A Gravura no Brasil

A história da gravura em território nacional começou com a xilogravura trazida pelos portugueses. Desde então, dos folhetos de cordéis, passando pelos rótulos de diversos produtos industrializados, às galerias de arte, a gravura brasileira teve como tema central o homem, o seu tempo, a sua luta, a sua vida. Seus principais representantes são: Goeldi, Poty Lazzarotto, J. Borges, Gilvan Samico, entre outros. Em suas obras há bastante ligação com a política e com a literatura. Em um país sem tradição visual, a gravura foi e é de extrema importância.


Obra de Goeldi - Abandono


Obra de Poty Lazzarotto - Monumento aos tropeiros

Obra de J. Borges 


Obra de Gilvan Samico 

Fontes:




quarta-feira, 26 de abril de 2017

Rodas de Leitura de Imagens no Colégio Professora Edithe

Em trajetória pelo município de Campo Largo, nos dias 25 e 26 de abril, as Rodas de Leitura de Imagens UMA VIAGEM DA GRAVURA AO GRAFFITI estiveram mais uma vez no bairro Ferraria. E dessa vez no Colégio Estadual Professora Edithe. Contamos com turmas matutinas e vespertinas super participativas durante as apresentações! Alguns estudantes e educadores se destacaram por seus questionamentos e suas expressões que enriqueceram o debate sobre a diferenciação entre o graffiti e pichação.

Foram cerca de 225 participantes entre adolescentes e professores. Agradecemos ao Diretor Rafael e a toda equipe do Colégio Estadual Professora Edithe pelo atendimento acolhedor à nossa equipe.

Registros dos encontros com as turmas da manhã e da tarde (25/04/2017)

Registros dos encontros com as turmas da manhã e da tarde (26/04/2017)
Fotos: Bruna Mesquita (Acervo UVGG)

segunda-feira, 24 de abril de 2017

A Evolução do Papel


Como vimos na postagem anterior, ao chegar no continente europeu, os árabes introduziram o segredo da fabricação do papel; países como Itália e Espanha desenvolveram rapidamente os primeiros moinhos de papel. A primeira fábrica de papel européia se estabeleceu na Espanha, em torno do ano de 1150. Durante os séculos seguintes a técnica se estendeu para a maioria dos países da Europa.

1455
O alemão Gutenberg aperfeiçoa a impressão com caracteres móveis, e começa a produzir livros em massa. A primeira obra é a que mais vende até hoje: a Bíblia.


Gutemberg aperfeiçoou a invenção chinesa (Bi Sheng (990-1051 d.C) é o inventor original da imprensa de tipo móvel). A impressão de livros então pode ser feita a custos mais baixos e foi um grande estímulo para a fabricação de papel.

Bíblia de Gutemberg - primeiro livro moderno impresso

1600
Papel importado da Europa era usado no Brasil para fazer mapas, livros escolares e religiosos. Portugal proibia oficinas de tipografia, por temer a propagação de notícias rebeldes.

Resultado de imagem para historia do papel no brasil
Papel artesanal no século XIX

1673
Os holandeses inventaram uma máquina que permitia desfazer trapos desintegrando-os até o estado de fibra. O uso dessa máquina que passou a chamar-se de "holandesa", foi se propagando e chegou até os nossos dias sem que os sucessivos aperfeiçoamentos tenham modificado a sua ideia básica.


Máquina de despedaçar trapos holandesa.



1719
Ao observar vespas fazerem ninho "mastigando" partes de árvore podre, o  cientista francês René Reaumur sugere usar madeira como matéria-prima do papel, o que demoraria mais de um século para se tornar realidade.

Vespas - Inspiração para o uso da madeira na produção do papel

1797
A demanda por livros impressos impulsiona o engenheiro francês Louis-Nicolas Robert a criar a primeira máquina de produzir papel continuamente, que substituiu o processo artesanal.

Primeira máquina de produzir papel em escala industrial.

1808
Com a vinda da família real é fundada a Imprensa Régia do Brasil. Os jornais a Gazeta do Rio de Janeiro e o Correio Braziliense (impresso em Londres) começam a circular por aqui.



A primeira fábrica de papel no Brasil entre 1809 e 1810 no Andaraí Pequeno (Rio de Janeiro), foi construída por Henrique Nunes Cardoso e Joaquim José da Silva, industriais portugueses transferidos para o Brasil. Trabalhava com fibra vegetal. Outra fábrica aparece no Rio de Janeiro, montada por André Gaillard em 1837 e logo em seguida em 1841, tem início a de Zeferino Ferraz, instalada na freguesia do Engenho Velho.
O português Moreira de Sá proclama a precedência da descoberta do papel de pasta de madeira como estudo de seu laboratório. A sua vinda ao Brasil coincide com as experiências de Frei Velozo em 1809 quando produziu o papel de imbira e experimentava seu fabrico com outras plantas. A partir desta época, nunca mais se parou de pesquisar e produzir papel artesanal no Brasil.



1975
A revista BussinessWeek faz reportagem futurista sobre o “escritório sem papel” e se torna a primeira de uma série de publicações a anunciar “a morte” do produto


Mas em vez de “morrer”, a produção de papel só cresce:
2000 >>> 323 milhões de toneladas
2009 >>> 377 milhões de toneladas
2010>>>405 milhões de toneladas

Brasil é o 4º maior produtor mundial de celulose e o 9º maior produtor de papel.

Atualmente, mesmo com toda a tecnologia disponível em constante evolução, o papel é ainda um dos principais meios para disseminação da informação no mundo.
Além de ser um dos meios que contribuíram para difundir um dos temas que traremos na nossa próxima postagem: A gravura!



Fontes:














quarta-feira, 19 de abril de 2017

Primeiras Rodas de Leitura de Imagens em Campo Largo

Realizamos as primeiras Rodas de Leitura de Imagens juntamente aos participantes dos Grupos infantojuvenis (07 a 14 anos) do CRAS Ferraria. Uma Viagem da Gravura ao Graffiti agradece o entusiasmo e a participação das turmas da manhã e da tarde! 

Gratidão ao apoio da Equipe de Coordenação das atividades culturais de Campo Largo; e também ao acolhimento atencioso de toda a equipe do CRAS Ferraria. 

Atividade com os grupos para crianças e adolescentes do CRAS Ferraria.
Fotos: Bruna Mesquita (Acervo UVGG - 26/04/2017)

segunda-feira, 17 de abril de 2017

A Difusão do papel pelo mundo



Dando continuidade à postagem anterior, o papel foi inventado pelos chineses. A sua fabricação ficou em segredo por mais de 5 séculos até que...


751 d.C.
A tecnologia da fabricação de papel deixou de ser monopolizada pelos chineses em     751 d.C, quando eles entraram em conflito com os árabes, instalados em Samarkanda - cidade que recebia caravanas provenientes da China - aprisionaram 2 chineses que conheciam a arte do papel e a trocaram pela sua liberdade. Os árabes, por sua vez, aprimoraram a fabricação do papel e o tornaram largamente produzido em Bagdá, Damasco, Cairo e mais tarde no Marrocos, Espanha e Sicilia.


Documento de fabricação árabe - Biblioteca da Universidade de Leiden/Holanda

No entanto, no início, não tinham fibras frescas, de maneira que para produzir papel extraíram a matéria prima de suas antigas almofadas (panos, tecidos); logo usaram peneiras feitos de bambu e fabricaram folhas delgadas recobertas com pasta de amido. Este papel era de aparência fina e resistia muito bem à escrita.


800-900
Curiosamente, o papel apareceu no Egito – país criador do papiro - em volta do ano de 800 d.C. (700 anos depois de que o papel fora criado pelo chinês T'sai Lun). Sua fabricação nesse país foi iniciada 100 anos depois.


1085
A difusão do conhecimento sobre a produção do papel artesanal acompanhou a expansão muçulmana ao longo da costa norte da África até a Península Ibérica. Assim como assumiram o papel de guardiões e disseminadores do saber clássico ocidental. São responsáveis por recuperar, copiar e disseminar a maioria dos textos gregos - que conhecemos somente por esta enorme contribuição - por vezes checando e corrigindo os dados encontrados, gerando base para os trabalhos originais de pensadores islâmicos.



Livraria da Era de Ouro Islâmica


Página manuscrita do Alcorão - Séc. XII

Manuscrito trilingue (Grego, Latim e Árabe) - Encontrado em Palermo/Itália, 1130-1153


Como consequência, os árabes deixaram uma forte influência cultural e tecnológica na região. Os primeiros moinhos de papel europeus foram construídos na parte árabe da Espanha. O material foi gradativamente adotado na Europa, substituindo o pergaminho.


historia_papel_5.jpg
Pergaminho e o livro


Os espanhóis passaram a conhecer também a técnica de dobrar papéis que ficou conhecida como papiroflexia.  Desde então, o processo básico de fabricação do papel foi sendo sofisticado  - quanto à texturas, cores, maleabilidade, resistência - e se expandiu por toda a Europa e o resto do mundo.


Continuaremos mais uma viagem na próxima postagem - A Evolução do papel!

Fontes utilizadas: 







segunda-feira, 10 de abril de 2017

Do papiro ao papel - Surgimento do Papel na China



Diversos materiais foram utilizados para dar suporte à comunicação escrita e aos modos de registrar a história e a memória dos povos: cavernas, pedras, barro, argila, madeira, folhas e cascas de árvores, até mesmo cascos, dentes e ossos, além da pele/couro de animais, plantas (como o papiro), bambu e seda. Estes quatro últimos últimos foram os que antecederam a invenção do papel na forma como o conhecemos na atualidade. E o processo para se chegar a este produto imprescindível para a evolução da humanidade foi criado na China.

Infográfico encontrado no Google Imagens


3000 a.C.
Ainda que as origens do papel remontem à criação do papiro no Egito, há aproximadamente 3000 a.C. - e a materiais com características similares ao papel, como o pergaminho - por volta do século VI a.C. os chineses já produziam um papel de seda branco próprio para pintura e para escrita, porém muito frágil.

 Papiro com gravura - Antigo Egito

105 d.C.
Somente  quase 5 séculos depois, em 105 anos depois Cristo (d.C.), a partir de uma mistura de produtos primeiramente feitos de polpação de redes de pesca e de trapos, e depois, de misturas e pastas de materiais que continham fibras vegetais, T’sai Lun (funcionário imperial da Dinastia Han Oriental) criou e aprimorou técnica de fabricação que deu origem ao papel mais resistente, portanto mais durável, e que se tornou uma das maiores invenções chinesas.

Primeiros papéis chineses


O papel foi inventado em 105 d.C., por esse alto funcionário da corte imperial, na dinastia Han (206 ªC.-220 d.C.), numa época que correspondia, no Ocidente, ao reinado do imperador Trajano.

Gravura chinesa


400 d.C.
Enquanto isso, na Europa, no IIIº séc. a.C., o papiro foi substituído pelo pergaminho. O nome vem de Pérgamo (cidade da Ásia) onde havia pergaminhos de boa qualidade, resistência e duração.
Muito mais resistente e caro do que qualquer outro material similar ao papel até então conhecido no ocidente, as peças ficavam presas em correntes. Se escrevia ocupando todo o espaço possível escrevendo tudo junto e em forma maiúscula. Isso tornava a tradução bem difícil.

Os monges copistas usavam pergaminhos feitos de peles de animais (geralmente de ovelha, cabra ou vaca.), para reproduzir livros à mão. O uso do formato códex (ou códice - unia pergaminhos sobre o mesmo assunto, num único volume. Daí surgiu o nome “código” que indica “maneira de facilitar a leitura de algo”) começou a ser difundido, tornando o uso do pergaminho complementar, pois era muito mais fácil costurar códices de pergaminho do que de papiro. Uma conseqüência fundamental do códice é que ele faz com que se comece a pensar no livro como objeto, identificando definitivamente a obra com o livro.

Este monges eram homens dedicados em período integral a reproduzir as obras, herdeiros dos escribas egípcios ou dos libraii romanos. Nos monastérios era conservada a cultura da Antiguidade.


Monge copista no fim da Idade Antiga - entre pergaminhos e códices
O códice é um avanço do rolo de pergaminho, e gradativamente substituiu este último como suporte da escrita. O códice foi substituído pelo livro.

600 d.C
A técnica do papel, devido ao seu comércio ser muito lucrativo, foi mantida em segredo por quase ou mais de 5 séculos até que os japoneses a descobriram na ocasião em travaram contato com monges budistas coreanos

O japoneses e coreanos deram sequência a fabricação de forma manual, de acordo à antiga tradição; e  aperfeiçoaram com o tempo este processo.

No ano de 750 d.C. os conhecimentos para a fabricação do papel chegaram a Ásia Central, o Tibete e a Índia.



sexta-feira, 7 de abril de 2017

Em breve estaremos em Pinhais!


Início das atividades de Uma Gravura ao Graffiti junto à Equipe do Departamento de Cultura de Pinhais - Marcos Oliver, Kátia Lainetti e Fabiane Bueno.

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Nenhum texto alternativo automático disponível.

 Centro Cultural Wanda Dos Santos Mallmann.
 
(Fotos: Bruna Mesquita e Felipe Pacheco - Acervo UVGG, 2017)

 

 http://www.pinhais.pr.gov.br/semel/

https://www.facebook.com/vivaculturaesporteelazerpinhais/


quarta-feira, 5 de abril de 2017

Iniciando as atividades em Campo Largo!



Estivemos hoje na Casa da Cultura de Campo Largo, a divulgar Uma Viagem da Gravura ao Graffiti ao lado da equipe do Departamento de Cultura: Professora Lindamir Ivanoski, Elisane Azevedo, Roseli e Roseli! 

As atividades no município estão sendo agendadas e poderão ter início ainda em abril.

   (Fotos: Bruna Mesquita - Acervo UVGG, 2017)