A gravura é uma técnica artística, cujo processo de incisão (riscar, gravar) sobre um material forma a matriz de um desenho, e da qual é possível imprimir várias cópias. Se trata de um dos mais antigos métodos de impressão artesanal.
A técnica mais antiga de gravura é a xilogravura. Quanto a sua origem, diversos autores consideram que o método de impressão pode ter se originado na China como um sistema para impressão de seus tecidos.
Dragão chinês impresso em tecido
A xilogravura em papel mais antiga conhecida é um exemplar de uma oração budista "Sutra Diamante", editada por Wang Cheh, na China, por volta do ano de 868.
Sutra Diamante
A palavra xilogravura etimologicamente pode ser definida pela junção de duas palavras gregas “xilo” que pode ser traduzido como madeira e “grafó” que significa gravar ou escrever, ou seja, gravar ou escrever sobre uma madeira.
Xilogravura de Katsushika Hokusai
A técnica alcançou o resto da Ásia e a Europa através dos Impérios Bizantino e Islâmico. O papel chegou à Europa um pouco depois, também vindo da China através da Espanha Islâmica e já era fabricado na Itália.
Obra de Michael Wolgemut
No século XV, com a popularização do papel, a qualidade decaiu. A maioria das obras até então eram religiosas, geralmente vendidas por mosteiros ou instituições religiosas. Nenhum artista em particular era identificado até o final do mesmo século. A xilogravura tornou-se popular no século XV e estava disponível nas cidades em grandes quantidades, pois a técnica de elaboração era fácil. O exemplo mais antigo de xilogravura na Itália é a Madonna do Fogo (Madonna del Fuoco), que está hoje na catedral de Forli.
Madonna del Fuoco
Nessa época, os centros mais importantes de produção eram a Itália, a Alemanha, a França e a Holanda - a Inglaterra não produziu nenhuma obra até 1480. No fim do século XV, a xilogravura começou a ser usada em ilustrações para livros (iluminuras) e para cartas de baralhos. Também surgiram outras formas de gravura como: em metal, na pedra, na cerâmica, dentre outros materiais.
Gravura em metal de Dürer: A Morte, o Cavaleiro e o Diabo.
Dentro da tradição ocidental, muitos artistas da Gravura europeus passam a considerados verdadeiros mestres nos séculos XV a XVIII (até 1830). Entre as principais técnicas utilizadas nesse período estavam a xilogravura, a gravura em metal e água-forte. Passaram a ser raras as gravuras feitas em papel. Os artistas gravadores mais famosos foram: Albrecht Dürer, Rembrandt e Francisco Goya. A fama internacional deles, na época em que viveram, veio principalmente de suas gravuras, que eram mais populares que suas pinturas. Hoje em dia acontece o oposto: museus e galerias popularizaram suas pinturas enquanto que as gravuras, por razões de conservação, são raramente exibidas.
A Gravura no Brasil
A história da gravura em território nacional começou com a xilogravura trazida pelos portugueses. Desde então, dos folhetos de cordéis, passando pelos rótulos de diversos produtos industrializados, às galerias de arte, a gravura brasileira teve como tema central o homem, o seu tempo, a sua luta, a sua vida. Seus principais representantes são: Goeldi, Poty Lazzarotto, J. Borges, Gilvan Samico, entre outros. Em suas obras há bastante ligação com a política e com a literatura. Em um país sem tradição visual, a gravura foi e é de extrema importância.
Obra de Goeldi - Abandono
Obra de Poty Lazzarotto - Monumento aos tropeiros
Obra de J. Borges
Obra de Gilvan Samico
Fontes: