Como já mencionamos em outra postagem, o termo “papel” vem do latim “papyrus”, graças à planta egípcia Cyperus Papyrus da família das Ciperáceas, cujas folhas serviam como recurso para os escritos dos egípcios, gregos, romanos e civilizações do Oriente Médio, como os hebreus e babilônios, entre os anos de 3.000 a.C. e o século V d.C. O que fez com que o papiro se tornasse o precursor do papel.
Os egípcios obtinham o papiro a partir da planta aquática de mesmo nome (chamada thuf no antigo Egito). Ela é considerada sagrada e abundantemente encontrada no delta do Nilo.
O uso das partes da planta era versátil. De sua casca e fibras, os artesãos fabricavam cestos, redes e até mesmo pequenas embarcações (através da formação de feixes). Cozido, era também utilizado como alimento pelas pessoas mais pobres e também para alimentar o gado.
Uma vez que seu miolo era transformado em papiro, os escribas egípcios escreviam textos, gravuras e registravam desde as contas do império aos feitos dos faraós.
Papiro
de Abusir O mais importante conjunto de documentos administrativos que
sobreviveu do Império Antigo, V dinastia (c. 2465 a 2323 a.C.)
O papiro em rolo era um dos principais produtos de exportação do Antigo Egito. O tamanho variava entre os 12,5 x 12,5 cm e entre os 22,5 x 37,5 cm. Cada folha era unida à outra, formando rolos de 6 e 9 m, ainda que tenham sido encontrados rolos com comprimentos superiores aos 40 m.
A técnica de fabricação do papiro
No Egito se fabricava o papiro a partir de fibras retiradas do miolo esbranquiçado e poroso do talo: cortavam-no em finas lâminas que, depois de secas, eram mergulhadas em água com vinagre para ali permanecerem por seis dias, para eliminar o açúcar. Esse material era martelado, o que ativava a goma natural da planta que, então, unia as tiras. Outra vez secas, as lâminas eram ordenadas em forma transversal, nas quais se friccionava, batendo e polindo contra uma peça de pedra pome para dar mais suavidade a sua textura. Na sequência, eram colocadas entre dois pedaços de tecido de algodão, sendo então prensadas por mais seis dias. E é com o peso da prensa que as finas lâminas se misturavam homogeneamente para formar o papel amarelado, pronto para ser usado. O papiro pronto era, então, enrolado a uma vareta de madeira ou marfim para criar o rolo que seria usado na escrita, a qual dava-se paralelamente às fibras.
Rolo de papiro
Apesar de sua fragilidade, encontrados pelos arqueólogos nas pirâmides egípcias, muitos chegaram até os nossos dias. E, sem dúvidas, são considerados um dos legados mais importantes da época faraônica à civilização.
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