Uma Viagem da Gravura ao Graffiti - Regional Boa Vista

Cartaz de divulgação.
(Arquivo UVGG, 2018)

O Projeto Uma Viagem da Gravura ao Graffiti - Regional Boa Vista, contemplado pelo Edital 009/2018 Regionais da  Fundação Cultural de Curitiba, foi realizado entre as datas 05, 19 e 26 de outubro e 09 de novembro do ano de 2018, na Escola Municipal Julia Amaral di Lenna no bairro Barreirinha.

Com os encontros semanais nas sextas-feiras nossa oficina de Graffiti foi dividida em quatro momentos:

1° Dia (05 de outubro) : Iniciamos com uma Roda de Leitura de Imagens com os alunos, apresentando uma narrativa que expõe elementos visuais desde o período pré-histórico com as pinturas rupestres, passando por técnicas de composição e reprodução imagética utilizados na história, desencadeado a discussão sobre a diferença entre a Pichação e o Graffiti.

2° Dia (19 de outubro): Aqui começamos a orientar  o amadurecimento de  ideias e a prototipagem visando a intervenção urbana que faríamos nos próximos encontros, os adolescentes desenvolveram desenhos e stencils, refletindo seus próprios repertórios e confeccionando o material que iriam utilizar.

3° Dia (26 de outubro): Fomos conhecer a Caixa D'água Pública na Rua Professor Guilherme Bütler, ao lado da Academia ao Ar Livre, onde fizemos nossa Intervenção. Neste momento os alunos tiveram a oportunidade de ter o primeiro contato com o spray, aprendendo e se familiarizando com a técnica. Em toda a experiência os mesmo utilizaram os equipamento necessários de segurança, como máscaras e luvas. 

4° Dia (09 de novembro): Desenvolvimento da intervenção urbana na Caixa D'água Pública, com o engajamento dos alunos e da professora acompanhante, além, da presença da funcionária Cris Herrera da Fundação Cultural de Curitiba. Realizamos um trabalho muito bacana, com muita tinta, cor e vários desenhos através da técnica do Graffiti. Durante esta atividade tivemos o acompanhamento da Guarda Municipal, garantindo a segurança dos adolescentes e da equipe do projeto.

Uma Viagem da Gravura ao Graffiti - Regional Boa Vista foi um sucesso, as atividades propostas foram executadas e a contribuição social e urbana foi efetiva.

Uma Viagem da Gravura ao Graffiti - Regional Boa Vista
(Arquivo UVGG, 2018)

Mais Fotografias em: https://www.facebook.com/pg/viagemdagravura/photos/?tab=album&album_id=2282981075286181

#UVGGINDICA - Uma Viagem da Gravura ao Grafitti Indica

A partir desta semana começaremos a fazer diversas indicações de livros, vídeos, filmes e obras que dialogam com a história do Brasil e a história da arte mundial, através da Hashtag #UVGGINDICA.

Para iniciar esse movimento começamos com o livro de Hans Staden (1525-1576), “Duas Viagens ao Brasil”, publicado em 1557 na Europa, datado como o primeiro livro impresso que fala sobre o “Novo-Mundo”. Nele o autor alemão traz relatos sobre sua experiência no Brasil e sua convivência com os Tupinambás, dos quais, foi prisioneiro ao longo do período descrito na obra. Expondo uma narrativa detalhada do modo de vida dos povos originários do nosso continente.

Podemos levantar várias indicações sobre tal obra e gerar diversas reflexões, compreendendo o escrito com um olhar do europeu colonizador que vê em sua missão “civilizatória” os costumes dos povos originários, os atuais indígenas, um formato de vida “selvagem”, que infelizmente, por aspectos culturais ainda é um discurso reproduzidos na atualidade.

Entretanto, “Duas Viagens ao Brasil” é um marco mundial sobre os registros que temos no período de colonização do nosso país. Para arte podemos destacar as descrições de rituais antropofágicos, que na Semana de Arte Moderna de 1922 é recuperado e utilizado como conceito, marcando a inauguração do movimento “Modernista” no brasil, visível nas Artes Visuais e na Literatura, onde podemos destacar nomes como: Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, e Anita Malfatti. Já no objeto físico, o “Livro”, é possível visualizar diversas gravuras feitas a partir da técnica xilográfica, que contemplam muitos detalhes e auxiliam na narrativa como aporte visual para assimilar os cenários descritos.

O título é facilmente encontrado online para a leitura. #fiqueemcasa

Capa da edição de 2007 da L&PM Editores, com introdução do Historiador Eduardo Bueno. 

Pinturas Rupestres no Paraná - Parque Estadual do Guartelá

Cânion Guartelá - Fotografia: Felipe Pacheco Brüschz

Um dos símbolos da Escarpa Devoniana, o Parque Estadual do Guartelá, é situado na margem esquerda do canyon do rio Iapó, na região dos Campos Gerais, localizado nas imediações da BR-340, do trecho que liga as Cidades de Castro e Tibagi, na porção centro-leste do Estado do Paraná. Com pouco menos de 8 km quadrados, esse parque possui 04 sítios arqueológicos, os abrigos-sob-rocha; Abrigo Iapó, Abrigo Mirante, Lapa Ponciano e Lapa Floriano. Sendo referência, os estudos de dois deles, pelo professor Oldemar Blasi na década de 1970. Pelo alto grau de perturbação do Abrigo Mirante, o IPHAN concluiu interditar a área aos visitantes, por conta da destruição das rochas que contém os desenhos milenares, feitos por grupos indígenas antecessores as etnias Guarani e Kaingang, que anteriormente estavam estabelecidas na lavoura, caça e coleta, percorrendo campos e vales da região, através do antigo caminho Peabirú. Resistiram à pressão dos bandeirantes paulistas oriundos das sesmarias; colonos descendente das criações de gado, trazidas de Portugal por Martim Afonso de Souza, no século XVI.

Placa IPHAN - Fotografia: Felipe Pacheco Brüschz

Placa Informativa e Educativa do Parque Estadual do Guartelá. Elaboração de Cláudia Perellada, Antonio Liccardo, Gil F. Piekarz. Museu Paranaense/ Instituto Ambiental do Paraná/ Mineropar - Serviço Geológico do Paraná/Governo do Estado.  - Fotografia: Felipe Pacheco Brüschz

Antes da criação oficial do Parque, em 1996, havia um sistema de uso e ocupação do solo, voltado à produção de lavouras de subsistência, criação de gado, aves e suínos em pequena escala. Atualmente as lavouras e campos irrigados, estão literalmente batendo no portão do Parque, gerando alagamentos e muitas dificuldades de locomoção nas estrada de ligação.

Em formato crítico, quanto a estrutura que engloba as imediações do Parques Estadual do Guartelá; percebo ainda a forte carência de sensibilidade pessoal ao valor da preservação dos patrimônios artístico culturais e naturais, suas demandas atrativas e de apoio educativo. Sendo incapaz de discernir entre uma concepção sustentável, de olhar com responsabilidade ecológica, sobreposta pela infelizmente, venda da sensação de rally de aventura estilo safari.

Não por acaso a única espécie da fauna silvestre que encontramos foi a resistente Buraqueira (Athene cunicularia ou Speotyto cunicularia), símbolo do cerrado brasileiro. Sua figura contrasta na paisagem estrangulada pelo agronegócio.

Resiste Coruja-do-campo, resiste “Iapó, artéria menor do Tibagi, eco do Amigo Guartelá”
(Trechos da canção “Cantos Paraná” da banda curitibana Djambi) - Fotografia: Felipe Pacheco Brüschz

Fontes:

Barbosa, João Nei de Almeida. Arte Rupestre: a história que a rocha não deixou apagar. Arcádia: Curitiba, 2004. 120p.

Informações Gerais da Unidade de Conservação – Instituto Ambiental do Paraná, 2004.

Placa Informativa e Educativa do Parque Estadual do Guartelá. Elaboração de Cláudia Perellada, Antonio Liccardo, Gil F. Piekarz. Museu Paranaense/ Instituto Ambiental do Paraná/ Mineropar - Serviço Geológico do Paraná/Governo do Estado, 2004.

Visitas ao local do autor; 2005, 2007, 2017-2018.

Mais Fotografias em nossa Página: Rupes - Paleoantropologia das Cavernas  https://www.facebook.com/rupespaleoantropologia  

Nova integrante na equipe do UVGG: Aline Mendes

Registro de visita ao Centro da Juventude de Almirante Tamandaré
(Arquivo UVGG, 2020)

Aline Mendes, nova integrante da equipe do Projeto, é Educadora Social com formação em Pedagogia (UFPR, 2013) e especialista em Psicomotricidade Relacional (CIAR, 2016). Desde 2011, atua na Fundação de Ação Social de Curitiba, promovendo o acesso à cultura de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, através de projetos desenvolvidos no serviço de convivência e fortalecimento de vínculos.

Registro de Oficina Socioeducativa
(Arquivo UVGG, 2020)

Indicação de leitura: Caminhos do Educador Social no Brasil

Ler é uma importante ferramenta para nosso desenvolvimento intelectual, pois nos enriquece de novos conhecimentos e informações, amplia nossa visão de mundo e desenvolve nossa consciência crítica. Sendo assim, queremos compartilhar com vocês, que seguem nosso projeto, uma recomendação de leitura que trata do contexto da educação social, desvelando o cotidiano desse campo de atuação profissional. 

Livro: Caminhos do Educador Social no Brasil

- por Jacyara Silva de Paiva, Paco Editorial, 2015.

Trata-se da obra Caminhos do Educador Social no Brasil, que nos traz uma importante reflexão sobre a atuação do educador social em uma jornada literária que nos remete a uma caminhada em busca de novas descobertas, e ainda, para, além disso, nos leva a entender que a educação social engloba várias linguagens e metodologias, como, por exemplo, a arte-educação e a metodologia freiriana, no sentido de resgatar as histórias de vida dos educandos, para que eles possam problematizar, analisar e compreender a realidade em que estão inseridos, e assim, encontrarem possíveis caminhos de mudanças internas significativas e de transformação social.

Entendendo um pouco mais sobre vulnerabilidade social

Vamos falar sobre vulnerabilidades...

“Em breves palavras, vulnerabilidade relaciona-se à exposição a contingências e tensões e às dificuldades de lidar com elas. Nesse sentido, pode ser uma condição dos indivíduos e grupos frente a acontecimentos de diversas naturezas: ambientais, econômicas, fisiológicas, psicológicas, legais e sociais.” (MDS, 2013, p. 26)[i]

Neste sentido, você já ouviu falar em vulnerabilidade social?

É um termo utilizado comumente na área da Assistência Social, mas que podemos trazer para o contexto do nosso projeto, para refletirmos um pouco. O termo vulnerabilidade social está ligado à situação socioeconômica de grupos de pessoas que possuem poucos recursos financeiros e dificuldades de acesso à moradia, educação, cultura e outros fatores importantes para seu desenvolvimento enquanto cidadão.

Mas, o que isso tem a ver com o projeto Uma Viagem da Gravura ao Graffiti?

Atualmente, nosso projeto atende quatro cidades da Região Metropolitana de Curitiba: Pinhais, Araucária, Campo Largo e Almirante Tamandaré, em áreas com alto índice de vulnerabilidade social. E essa escolha não é por acaso, queremos estar nessas áreas, pois acreditamos que através da arte-educação, podemos transformar gradativamente essa realidade, pois os participantes de nossas oficinas serão multiplicadores em suas comunidades da nossa visão de transformar a sociedade através da arte.

Registro de Oficina de Graffiti 

(Fotos: Acervo UVGG, 2015)

Registro de Oficina de Leitura de Imagens

(Fotos: Acervo UVGG, 2015)

[i] BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Departamento de Proteção Social Básica. Concepção de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Brasília: Ministério do Desenvolvimento, 2013.

Oficinas - Uma Viagem da Gravura ao Graffiti em Campo Largo

Na segunda feira do dia 16 de março, estivemos em reunião com a Diretora do Departamento de Cultura Lindamir Maria Ivanoski e a Secretária de Educação Dorotéa Stoco do município de Campo Largo, onde o projeto contemplado pelo Edital 01/2017 PROFICE - Programa de Fomento e Incentivo a Cultura Estadual pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, também será executado através de oficinas e da capacitação dos educadores.

Seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Secretaria da Saúde de cada Município diante da pandemia do COVID-19, como medida de segurança a toda comunidade, nossas atividades estão suspensas até que a situação se normalize, assim que possível divulgaremos nosso novo calendário.

Registro da Reunião na Prefeitura de Campo Largo 

(Fotos: Acervo UVGG, 2020)

Nossas oficinas em Capo Largo tem como sede o Centro da Juventude no bairro Bom Jesus, para as Oficinas de Serigrafia, Xilogravura e Estêncil, e a Oficina de Formação para Educadores no Salão de Festas da Sede da Prefeitura.

Brasão de divulgação. 

Arte:  Caroline Schroeder

(Fotos: Acervo UVGG, 2020)