quinta-feira, 16 de abril de 2020

Pinturas Rupestres no Paraná - Parque Estadual do Guartelá

Cânion Guartelá - Fotografia: Felipe Pacheco Brüschz
Um dos símbolos da Escarpa Devoniana, o Parque Estadual do Guartelá, é situado na margem esquerda do canyon do rio Iapó, na região dos Campos Gerais, localizado nas imediações da BR-340, do trecho que liga as Cidades de Castro e Tibagi, na porção centro-leste do Estado do Paraná. Com pouco menos de 8 km quadrados, esse parque possui 04 sítios arqueológicos, os abrigos-sob-rocha; Abrigo Iapó, Abrigo Mirante, Lapa Ponciano e Lapa Floriano. Sendo referência, os estudos de dois deles, pelo professor Oldemar Blasi na década de 1970. Pelo alto grau de perturbação do Abrigo Mirante, o IPHAN concluiu interditar a área aos visitantes, por conta da destruição das rochas que contém os desenhos milenares, feitos por grupos indígenas antecessores as etnias Guarani e Kaingang, que anteriormente estavam estabelecidas na lavoura, caça e coleta, percorrendo campos e vales da região, através do antigo caminho Peabirú. Resistiram à pressão dos bandeirantes paulistas oriundos das sesmarias; colonos descendente das criações de gado, trazidas de Portugal por Martim Afonso de Souza, no século XVI.



Placa IPHAN - Fotografia: Felipe Pacheco Brüschz


Placa Informativa e Educativa do Parque Estadual do Guartelá. Elaboração de Cláudia Perellada, Antonio Liccardo, Gil F. Piekarz. Museu Paranaense/ Instituto Ambiental do Paraná/ Mineropar - Serviço Geológico do Paraná/Governo do Estado.  - Fotografia: Felipe Pacheco Brüschz




Antes da criação oficial do Parque, em 1996, havia um sistema de uso e ocupação do solo, voltado à produção de lavouras de subsistência, criação de gado, aves e suínos em pequena escala. Atualmente as lavouras e campos irrigados, estão literalmente batendo no portão do Parque, gerando alagamentos e muitas dificuldades de locomoção nas estrada de ligação.

Em formato crítico, quanto a estrutura que engloba as imediações do Parques Estadual do Guartelá; percebo ainda a forte carência de sensibilidade pessoal ao valor da preservação dos patrimônios artístico culturais e naturais, suas demandas atrativas e de apoio educativo. Sendo incapaz de discernir entre uma concepção sustentável, de olhar com responsabilidade ecológica, sobreposta pela infelizmente, venda da sensação de rally de aventura estilo safari.

Não por acaso a única espécie da fauna silvestre que encontramos foi a resistente Buraqueira (Athene cunicularia ou Speotyto cunicularia), símbolo do cerrado brasileiro. Sua figura contrasta na paisagem estrangulada pelo agronegócio.



Resiste Coruja-do-campo, resiste “Iapó, artéria menor do Tibagi, eco do Amigo Guartelá”
(Trechos da canção “Cantos Paraná” da banda curitibana Djambi) - Fotografia: Felipe Pacheco Brüschz

Fontes:
Barbosa, João Nei de Almeida. Arte Rupestre: a história que a rocha não deixou apagar. Arcádia: Curitiba, 2004. 120p.
Informações Gerais da Unidade de Conservação – Instituto Ambiental do Paraná, 2004.
Placa Informativa e Educativa do Parque Estadual do Guartelá. Elaboração de Cláudia Perellada, Antonio Liccardo, Gil F. Piekarz. Museu Paranaense/ Instituto Ambiental do Paraná/ Mineropar - Serviço Geológico do Paraná/Governo do Estado, 2004.
Visitas ao local do autor; 2005, 2007, 2017-2018.


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