quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A diferenciação entre Pichação e Graffiti


Quem acompanha o nosso blog sabe que, desde os tempos da "Idade da Pedra”, a humanidade se expressa por meio de desenhos nas paredes das cavernas onde se abrigava. 

      

     

Representações da arte no "Tempo das Cavernas".


Os sítios arqueológicos preservados, em muitas partes do mundo, mostram que, desde esta época, estes primeiros artistas pintavam animais, em especial mamutes, bisões, cavalos e diversas representações deles mesmos. Dando muito importância também para as representações das mulheres. Utilizavam ferramentas construídas a partir de ossos, pedras, carvão, sangue, plantas e tudo o que pudessem encontrar na natureza. Materiais que serviam tanto para os desenhos, quanto para caçar e lutar contra bandos ou grupos inimigos.


                      
                
         Fotos das imagens encontradas na  Caverna de Altamira (Espanha). 




Desde então, as formas como as pessoas se expressam ao longo da história passaram por muitas transformações. As expressões artísticas se estenderam para as ruas, de forma aceitável e incentivada, como as obras de renomados artistas, como Poty Lazzarotto...



Painel de Poty Lazarotto (Paraná, Brasil).






Ou criminalizadas, como o graffiti (ou grafitagem, conjunto de técnicas artísticas que buscam realizar múltiplas intervenções urbanas, também conhecida como arte de rua), causando diversas reações nos diferentes contextos sociais, e geralmente, tratado com repressão.





Obra de Banksy (Reino Unido)
Quem sabe, as pinturas rupestres sejam a origem
não oficial da pichação e do graffiti?


O graffiti é geralmente confundido com o crime ambiental da Pichação. Sendo esta vista pela sociedade como uma ação clandestina, sem valor artístico, ligada as expressões de grupos que agem de acordo com uma “cultura de transgressão”.

E para você, o que diferencia a pichação do graffiti?

  

Imagens do graffiti e da pichação na cidade de Nova York (EUA, anos 80).

Enquanto o graffiti é avaliado como uma modalidade diferente, sendo separado da pichação por uma questão estética e por uma questão de autorização, em consequência de sua descriminalização pela Lei nº 12.408, de maio de 2011:

“Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e artístico nacional”. (Art. 6o, Inciso 2o, Lei nº 12.408, 2011).

Isso que dizer que a diferenciação entre graffiti e pichação está na autorização. Você sabia que apenas no Brasil é feita esta distinção?


Mural vencedor de Edital Público - criado pelos artistas Os Gêmeos, em São Paulo, 2013.
 (Esse Mural foi apagado em 2014 por uma nova gestão governamental na cidade.)


O graffiti tem ganhado mais aceitação devido a artistas comprometidos com a valorização da Arte Urbana e a sua importância sociocultural. Como Os Gêmeos, que ganharam fama internacional a partir da criação de paisagens, gravuras e painéis expostos pelas ruas e comunidades de São Paulo. Misturando em suas composições imagens, palavras, questões e reflexões sobre problemas sociais. Os Gêmeos despertam o interesse das pessoas, dos críticos especializados na modalidade e muito conflitos com os políticos.

 

Arte combina com proibição? Obras de Os Gêmeos - debaixo de um viaduto em São Paulo.


Entre apoio, aceitação e polêmicas, o graffiti tem se tornado uma prática cada vez mais popular, e não somente entre os jovens. Como arte de rua, de forma autorizada, surge com diversas técnicas e motivações. A despeito de não ser uma arte aceita por muitos, é inegavelmente atraente ver uma composição assim pelas ruas, torna espaços e ambientes mais esteticamente aceitos, seja pela qualidade e beleza das imagens ou pelas diversas expressões, reflexões e críticas que possam despertar.

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